Para ser bom, não basta sê-lo

A lezíria ribatejana é uma das regiões do país com mais oportunidades de desenvolvimento ao nível da indústria, da agricultura e do turismo. A sua localização privilegiada e a coexistência de uma cultura tradicional são atrativos importantes. Mas sem estratégias de marketing territorial e um posicionamento tático que abra as portas de uma comunicação global, municípios, associações e clusters empresariais não conseguirão aumentar a sua competitividade, atraindo mais e melhor investimento.

O marketing territorial não se dedica apenas a criar estratégias de promoção turística, mas sim planear e estruturar as mais valias de uma região, de forma concreta e com um objetivo comum: o de aumentar a riqueza de uma região com base naquilo que são já os seus atributos e as suas mais valias. Dar corpo a um Plano de Recuperação e Resiliência para a região, que alavanque as oportunidades das micro e pequenas empresas e que apoie as grandes empresas dos setores agroalimentar, energia e automóvel com um ponto de vista da promoção é fundamental.

A criação de riqueza numa região é, por definição, uma roda dinâmica que, como em qualquer sistema económico, atrai recursos humanos, gera melhores condições de vida e afirma-se como um polo de desenvolvimento turístico e cultural. Para isso não basta agir isoladamente. É necessário saber posicionar a região e comunicá-la com base em estratégias bem definidas, envolvendo vários players – como temos excelentes exemplos noutras regiões do país –, criar uma marca forte que utilize todas as ferramentas de comunicação ao dispor da nova era digital e pós-covid, que tornou o mundo tão próximo e tão pequeno, tão rápido e tão exposto.

Recuperar a economia num contexto pós-covid passa também por utilizar todas estas ferramentas de comunicação de forma conhecedora, articular estratégias dispersas e criar mecanismos que nos permitam aproveitar e comunicar o melhor que as nossas regiões têm para dar ao nível da Europa e do Mundo. Não teremos outra oportunidade tão cedo.

Artigo de opinião de Hugo Ribeiro, director-executivo da HBR.